Recentemente, passei na Costi Bebidas filial zona sul para comprar um cálice de Chimay que, há algum tempo, tem me feito falta, nas oportunidades em que degustei a referente cerveja; e a sazonal cerveja Tcheca. Acabou sendo uma visita ao amigo Rogerio Còsti, que, gentilmente, me apresentou toda a estrutura do estabelecimento, e me ofertou a degustação de uma Trappístes Rochefort no espaço Beer Lounge da casa. Um belo digestivo, logo após o almoço, para eu abrir o escritório de arquitetura mais alegre do que estava (TELECERVEJA lembra: se fores beber, não dirijas). Provamos a Trappístes Rochefort número 8, uma Belgian Strong Ale, que em muito me lembrou a Eisenbahn A Dama do Lago, receita do Leonardo Botto. Dividimos os 330 ml, que em primeiro momento pareceu pouco, mas ao degusta-la, a cerveja pesou no copo (aqui, a tulipa do CervejasNET). Os 9,2 % APV só são percebidos no equilíbrio, não da cerveja, mas do apreciador. Cerveja escura de ótima aparência. Creme consistente, de pouco volume, com coloração amarelada. A moderada carbonatação encontra equilíbrio num corpo suave. O aroma de tostado se confunde com a doçura de frutas secas. Paladar complexo, onde são percebidas quase todas as sensações de sabor de uma cerveja: amargo, salgado, doce, e ácido; só faltando o azedo. De acordo com a informação que consta no CervejasNET, essa estupenda cerveja está entre as mais cotadas do mundo pelos principais sítios de avaliação. Quando estava no caixa, para aumentar ainda mais a minha satisfação, o Rogerio me avisou que a Tcheca não seria cobrada, por se tratar de um presente do Eduardo Passarelli. Grata surpresa! Só nos resta agradecer ao Edu, independentemente de nossa avaliação...
TCHECA
Não são só boas modelos que a antiga Tchecoslováquia produz. Mesmo, hoje, após o Divórcio do Veludo, em 1992, dividida em República Tcheca e Eslováquia, as fronteiras não resistem à boa cerveja. Todavia, vamos defender a federação que ficou com a cidade de Plzeñ, no caso, a República Tcheca.
O estilo de cerveja mais consumido no Brasil e no mundo levou o nome da cidade onde foi criada: Pilsen – embora, em alemão. Todavia, a verdadeira Pilsen ou Pilsener vendida em escala industrial, por questões como a de aumentar os lucros e diminuir a rejeição de seus consumidores, acabou sendo deturpada.
Resumindo a história, com anseio de resgatar a originalidade dessa Bohemian Pilsen (Boémia é uma região da República Tcheca) o próprio Leonardo Botto, convidou o Edu Passarelli, e em associação com o Alexandre Bazzo, proprietário da microcervejaria Bamberg (Votorantim\SP), elaboraram uma autêntica receita de Pilsen, que acabou sendo eleita pelo caderno Paladar, do Estadão, a melhor do estilo no Brasil, frente a ilustres concorrentes.
Após ter degustado desse exemplar de boa cerveja, divido contigo as minha impressões:
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APARÊNCIA
Coloração dourada intensa, pouco alaranjada e diáfana. Creme com grandes bolhas e volume.
PRESSÃO
Pressão moderada, que se segue na espuma com moderada perseverança.
AROMA
Prevalece o lúpulo aromático. Além dele, percebemos um fundo de pão (malte) e um discreto aroma de álcool (5,4 % APV).
SABOR
O característico amargor de uma verdadeira Pilsen se estende do inicio ao fim. Assim como no aroma, o gosto do malte vem em segundo lugar. Seguindo a afirmação da primeira frase, o retrogosto de lúpulo torna essa cerveja categoricamente refrescante.
CORPO
Corpo suave e equilibrado com média carbonatação.
IMPRESSÂO GERAL
As características são dignas de uma cerveja genuinamente artesanal. Para àqueles que como eu são amásios de lúpulo, e/ou que sabem apreciar uma Pilsen originalmente lupulada, a Tcheca propicia uma bela experiência.
O grande amargor é o grande diferencial da Tcheca. Essa cerveja está para os que amam ou odeiam o lúpulo. Favorece a harmonização com acompanhamentos gordurosos – que geralmente são os melhores -, e tem um grande potencial de refrescância. Sendo uma criação de amantes da boa cerveja, não tínhamos dúvidas que a Tcheca seria uma boa cerveja. Edu, eu recomendo!
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