sexta-feira, 28 de fevereiro de 2014

GÊMEO DO BEM


Leo Sewald, P.S., e Chris Weber
Ano passado tive o prazer de acompanhar a elaboração de uma cerveja colaborativa – a Holy Cow, parceria da cervejaria porto-alegrense Season's com a californiana Green Flash. Nessa visita conheci o cervejeiro estadunidense Chris Weber, figuraça - casado com uma brasileira! Parceria como essa têm acontecido, e provam que a produção de boas cervejas brasileiras já é notícia no estrangeiro. Lembrei de duas colaborativas paranaenses, como a Cacau IPA (Bodebrown com a estadunidense Stone - outra californiana); e a Way Beer fazendo cerveja exclusiva para a britânica BrewDog – parceria que já havia começado com a produção da Double APA 8S, envolvendo a Way Beer, Bodebrown, e a gaúcha Coruja.



Pois bem, o barulho da fervura ecoou e chegou lá na Dinamarca nos ouvidos do famoso “viking” ou “cigano das panelas emprestadas” Jeppe Jarnit-Bjergsø (cervejas Evil Twin), irmão gêmeo de outro ás cervejeiro, o Mikkel Borg (cervejasMikkeller). Sim, panelas emprestadas, visto que o negócio de ambos é brassar as suas cervejas na cervejaria que for acertada como um parceiro de negócio, aonde quer que seja – pelo mundo a fora! Atualmente, a grande parceira da Mikkeller, nesse negócio, é a estadunidense Westbrook que tem contrato com a BrewDog através da Yin &/e a Yang.

Patrick Stephanou (TELECERVEJA) e Jeppe Jarnit-Bjergs¢ (EVIL TWIN)


E, não é que a fórmula se repetiu em Porto Alegre? No nosso bairro cervejeiro Anchieta! A cervejaria Tupiniquim, curiosamente vizinha do vizinho da Season's, foi quem emprestou suas instalações na parceria com a Evil Twin, que nesse momento matura duas IPA, uma mais alcoólica e uma IPA Brett (Brett Bier) com limão - grande expectativa minha (e que pude provar verde – na foto). Fermentada com a levedura selvagem Brettnomyces (tirada de barris de cerveja de madeira); e com adjunto de suco de limão tahiti e dry hopping do bagaço. A Tupiniquim, marca da importadora Beer Legends aproveitou para firmar a importação dos rótulos da Evil Twin. Já, aproveitando a presença do viking na cidade, antes dele rumar para uma parada em Sampa e férias em Floripa, ele participou do Extra-Malte de fevereiro (2014) com a temática dessa forma peculiar de produção da Evil Twin.

Patrick Stephanou, Fabricio Santos (Fullpint), Andrea Calmon, Christian Bonotto (Tupiniquim)


Toda essa movimentação acerca do viking, em Porto Alegre, foi acompanhada por mim, e proporcionou momentos aprazíveis em grandes encontros com amigos e cervejas. Nossos elogiosos aos amigos, colegas Micael Eckert e Rafael Rodrigues (Coruja), Sady Homrich (Extra-Malte); e ao Christian Bonotto (Tupiniquim) por suas ações. Um especial abraço ao nobre colega blogueiro – o rei dos extintores – Fabrício Santos, do lendário Fullpint; e à zitóloga Andrea Bonavigo Calmon, por suas visitas cervejeiras à Porto Alegre. Demais amigos não citados que também estiveram envolvidos em toda essa colaboração cervejeira sabem da minha admiração. Ao Jeppe, meu agradecimento pelos ensinamentos, e boas expectativas em seu regresso – fora as citações que faço em P.S.!

Pausa pro cafezinho: Rafael Rodrigues, Patrick Stephanou, Fabricio Santos, Sady Homrich,Tiago Genehr, e Micael Eckert





P.S. (A opinião de Patrick Stephanou)

O nome Evil Twin, que significa “gêmeo do mal”, já dá a pista da competição, ora rusga, com o irmão. Se o Jeppe quis sacanear o Mikkel colocando o nome da sua cerveja de “gêmeo do mal”, na verdade ele só faz lembrar que existe um irmão gêmeo – e, até que o outro seja o bonzinho... Imagino, então, que talvez ele não achasse que seu negócio fosse ferver e se tornar o sucesso que é, pois assim poderia ter outro nome. Eu sugeriria “Gypsy Viking”! Todavia, o dinamarquês é uma simpatia e bastante solícito, mesmo com ares de ermitão, homem de Cro-Magnon da Eurásia da era do gelo, ou estilinho Hagar, o horrível... Ele provou a nossa Pa-Ale (cerveja de Paella ou cerveja com açafrão marroquino) e nos deu um grande incentivo, ainda mais dizendo e fazendo cara que gostou! O Jeppe me parece o verdadeiro caçador de cervejas, não de cervejas prontas como nas missões do “beer hunter” Michael Jackson (homônimo ao astro pop), mas em receitas, ingredientes, e criações. Grande aprendizado que me fez pensar em novas cervejas e quebrar paradigmas. O gêmeo do mal mostrou que o lado negro da força é o melhor caminho!

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