segunda-feira, 17 de fevereiro de 2014

RENASCIMENTO DA CERVEJA: DEPOIS DO VINHO, ANTES DA SIDRA


Renascimento da sidra: bebida inspira lançamentos de grandes cervejarias

Após quase ter sumido do mercado, sidra volta à lista de preferências dos norte-americanos e ganha versões da Stella Artois e MillerCoors


"Se houve uma bebida nacionalmente representativa na América colonial, ela sem dúvida foi a sidra, o suco fermentado de maçãs, peras e outras frutas pomoideas. Entretanto, a popularidade da sidra diminuiu no final do século 19, quando os imigrantes alemães trouxeram ao país o gosto pela cerveja, bebida que poderia atender mais facilmente uma nação que estava em vias de deixar de ser rural e se transformar em urbana.
A maçã, naturalmente, continuou popular, pelo menos como alimento. No entanto, as maçãs como alimento e as maçãs para a produção de sidra podem ser tão diferentes quanto as uvas de mesa e aquelas para a produção de vinho. As melhores sidras exigem uma maior proporção de taninos e sabores agridoces. Morder uma maçã adequada para a fabricação de sidra pode ser um choque por conta de sua adstringência; ela tem poucos vestígios dos sabores doces e frescos que existem em qualquer variedade de maçã que uma professora gostaria de receber.
Em regiões europeias onde se produz sidra, centenas de maçãs diferentes são cultivadas para a fabricação da bebida, e misturadas em busca da complexidade. Ao longo do tempo, muitas espécies se transformaram ao ponto de os agricultores não conseguirem mais identificar todas as maçãs sob seus cuidados. Nos Estados Unidos, muitos pomares cultivados para a fabricação de sidra desapareceram durante a Lei Seca, que foi o que realmente matou a sidra no país. Quando a Lei Seca terminou, uma nação sedenta saiu em busca de satisfação imediata. As cervejas e os destilados eram de fácil fabricação, enquanto que os novos pomares, assim como novas vinhas, precisavam de no mínimo cinco anos para se tornarem produtivos.
Com o tempo, a sidra passou a se referir ao suco de maçã doce, não fermentado. A bebida fermentada tradicional se tornou rara e, eventualmente, surgiu a denominação "sidra forte" para diferenciá-la. Talvez as indicações mais claras de que o desejo americano pela sidra está crescendo são os esforços das empresas para entrar no mercado. A Stella Artois, cervejaria de propriedade da Anheuser-Busch InBev, agora vende a Stella Artois Cidre. Outra marca da Anheuser-Busch, a Michelob, agora vende Ultra Light Cider. Enquanto isso, a MillerCoors comprou a Crispin Cider Co. no ano passado, e a Angry Orchard Cider é a marca que mais cresce da Boston Beer Co., produtora da Samuel Adams."
(Trecho do texto de Eric Asimov, New York Times)




P.S. (A opinião de Patrick Stephanou)

Esse renascimento da sidra lembra a trilha que a cerveja seguiu, depois do vinho! E, as sidras - de propriedade de cervejarias ou não - com a maior cara de cerveja, daqui a pouco estarão confundindo apreciadores do fermentado de malte... A maçã é a fruta do pecado, mesmo!

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